Deputados estaduais aliados de Guilherme Boulos (PSOL) entraram com um pedido de afastamento do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) na Assembleia Legislativa de São Paulo. A solicitação foi motivada por declarações feitas por Tarcísio no dia da eleição, nas quais sugeriu, sem comprovação, que o Primeiro Comando da Capital (PCC) teria influenciado votos a favor de Boulos na disputa pela Prefeitura de São Paulo contra Ricardo Nunes (MDB). O pedido de impeachment foi assinado por líderes de partidos como PT, PCdoB, PV, PSOL e Rede.
O requerimento foi protocolado nesta quarta-feira (30) e está sob análise do presidente da Assembleia, André do Prado, que é aliado de Tarcísio. Os deputados argumentam que as declarações do governador podem configurar um crime de responsabilidade, violando a legislação do impeachment.
Além disso, Boulos também recorreu à Justiça alegando crime eleitoral por parte do governador. Os parlamentares afirmam que Tarcísio deveria ter encaminhado o assunto à Justiça Eleitoral para investigação, em vez de fazer acusações sem provas. Eles ainda apontam que a postura do governador pode tê-lo tornado inelegível por oito anos, além de ter colocado em risco a vitória de Nunes na eleição para prefeito de São Paulo.
Embora as chances de o pedido de impeachment avançar sejam reduzidas devido à maioria de Tarcísio na Assembleia, os deputados planejam utilizar o tema politicamente. Tarcísio é cogitado como um possível candidato à Presidência da República em 2026, e o desdobramento desse caso pode influenciar nesse cenário.