O governo federal implementou um programa em Belford Roxo, no Rio de Janeiro, com o propósito de reduzir a mortalidade materna em 25% até 2027, com uma meta ainda mais ambiciosa de diminuir esse índice em 50% para mulheres pretas no mesmo período. Denominado Rede Alyne, o programa é uma reformulação da antiga Rede Cegonha, com foco nos cuidados às gestantes e bebês na rede pública. Essa iniciativa é uma homenagem a Alyne Pimentel, uma jovem negra que faleceu aos 28 anos em 2002, grávida de seis meses, devido à falta de atendimento adequado na rede de saúde de Belford Roxo.
A morte de Alyne resultou no Brasil sendo condenado internacionalmente em 2011 pela ONU, que reconheceu o caso como uma violação dos direitos humanos das mulheres. Em 2014, o governo federal indenizou a família de Alyne e realizou uma cerimônia simbólica em Brasília em sua homenagem. O país visa alcançar a meta estabelecida pela ONU de 30 óbitos maternos por 100 mil nascidos vivos até 2030.
O investimento na Rede Alyne abrange um aporte de R$ 400 milhões em 2024, com previsão de chegar a R$ 1 bilhão em 2025. Está prevista a implementação de um novo modelo de financiamento para diminuir as desigualdades étnico-raciais e regionais, com ênfase em um cuidado humanizado e integral para as gestantes. O governo planeja aumentar o repasse para exames de pré-natal, incorporar novos exames na rede e fortalecer a estrutura de atendimento materno e infantil, com cobertura 24 horas por dia. Além disso, a Rede Alyne contará com financiamento mensal para ambulâncias destinadas à transferência de gestantes e recém-nascidos em estado grave.