As taxas dos DIs com prazos mais longos apresentaram forte alta nesta sexta-feira, reflexo das preocupações do mercado em relação ao equilíbrio fiscal do país. Os dados do Banco Central apontando um aumento da dívida bruta em julho contribuíram para esse cenário, juntamente com a preocupação com o controle da inflação após indicadores robustos do mercado de trabalho.
As declarações do presidente do BC, Roberto Campos Neto, no início do dia, amenizaram as expectativas de um aumento de 50 pontos-base da Selic em setembro, o que estabilizou as taxas de curto prazo, mas impulsionou as taxas dos DIs de prazos mais longos.
No encerramento do mercado, a taxa do DI para outubro de 2024 atingiu 10,526%, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 alcançou 10,995%. Já os contratos de prazos mais longos, como para janeiro de 2031 e 2033, registraram taxas de 12,11% e 12,08%, respectivamente.
Os números do setor público consolidado e a dívida bruta atingindo 78,5% do PIB em julho foram os principais motivos por trás da alta das taxas dos DIs, evidenciando uma piora nas contas públicas além do esperado. O desemprego em 6,8% nos três meses até julho e a melhora do mercado de trabalho também exerceram pressão sobre as taxas.
A expectativa em relação ao Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2025 e as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o déficit fiscal zero também influenciaram o mercado. Internacionalmente, os yields também seguiam em alta.
Fonte: Notícias Agrícolas.