Preço do leite sobe em maio, mas tendência de alta pode perder força
Em maio, o preço do leite alcançou R$ 2,7114/litro na “Média Brasil” do Cepea, representando um aumento de 9,8% em relação a abril. Esse foi o sétimo mês consecutivo de alta, com um avanço acumulado de 30,4% desde janeiro. No entanto, em comparação com o mesmo período do ano passado, o preço ainda ficou 4,82% abaixo.
A elevação dos preços foi impulsionada pela redução na produção de leite no campo, com o índice de captação leiteira registrando um leve aumento em maio, mas acumulando uma queda de 7,7% no ano. Fatores como menores investimentos, entressafra em algumas regiões e impactos das enchentes no Rio Grande do Sul contribuíram para limitar a oferta de leite cru.
Essa alta nos preços também afetou os derivados lácteos, com o valor do UHT, muçarela e leite em pó fracionado subindo em média 5,1%, 5,9% e 4,5% em maio, respectivamente. No entanto, o repasse da valorização da matéria-prima para os derivados foi menor devido ao consumo que não se fortaleceu como esperado.
Em junho, os preços dos lácteos continuaram subindo até a metade do mês, mas nas últimas semanas retornaram aos patamares iniciais de maio, devido ao enfraquecimento do consumo e à pressão dos canais de distribuição. A expectativa é que o movimento de alta perca força em junho e até mesmo se inverta a partir de julho, com a recuperação lenta da produção nacional de leite cru.
As importações de derivados lácteos também são um fator de incerteza, com uma redução de 23,6% em maio, porém um aumento de 5,1% no volume importado de janeiro a maio em comparação com o ano anterior. Esses fatores indicam que o movimento de alta nos preços do leite pode perder força nos próximos meses.