Em 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou um total de 11.502 internações relacionadas a lesões autoprovocadas, indicando uma média diária de 31 casos. Esse número representou um aumento superior a 25% em comparação com os registros de 2014, que contabilizaram 9.173 casos. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) em 11 de janeiro.
A Abramede ressaltou a importância dos médicos de emergência, que são frequentemente os primeiros a prestar atendimento nesses casos, e destacou a necessidade de capacitar esses profissionais para lidar com essas situações de forma rápida e eficaz, oferecendo um acolhimento adequado em momentos de grande fragilidade emocional.
A análise dos dados revelou variações entre os estados brasileiros, com alguns apresentando aumentos alarmantes, como Alagoas, Paraíba e Rio de Janeiro. Por outro lado, estados como São Paulo e Minas Gerais, apesar de registrarem números absolutos elevados, tiveram aumentos percentuais menores. Alguns estados, como Amapá, Tocantins e Acre, apresentaram reduções significativas nas internações por tentativas de suicídio e autolesões.
O perfil dos pacientes internados por lesões autoprovocadas mostrou uma diferença significativa entre os sexos, com um aumento de internações de mulheres ao longo dos anos. Em 2023, o grupo mais afetado foi o de 20 a 29 anos, seguido pelo grupo de 15 a 19 anos. A entidade ressaltou a importância de uma abordagem que inclua a identificação de sinais de vulnerabilidade emocional, visando oferecer um suporte integrado para esses pacientes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a necessidade de reduzir o estigma em relação ao suicídio e encorajar o diálogo aberto sobre o tema. O suicídio é apontado como a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos a nível global, destacando a importância de ações de prevenção e apoio em todo o mundo.