A Caixa Econômica Federal elevou as taxas de financiamento imobiliário fora do programa Minha Casa, Minha Vida, passando de 8,99% para 10,99% ao ano. O reajuste entrou em vigor em 2 de janeiro e foi justificado pelo banco como resultado de “fatores mercadológicos”. Em linhas ajustadas pela TR, as taxas podem chegar a 12%, com prazo de financiamento máximo de 420 meses. Para linhas contratadas pela poupança Caixa, as taxas consideram a remuneração da poupança com acréscimo de 4,12% a 5,06%, ante os anteriores 3,10% a 3,99%.
Já a linha de crédito referenciada no CDI apresenta taxas entre 114% e 120% do CDI, com prazo de financiamento de até 360 meses. A Caixa salientou que a definição das taxas de juros é baseada na análise de fatores mercadológicos e conjunturais, seguindo as regras prudenciais de definição das condições de crédito.
Os financiamentos que utilizam programas do FGTS e atendem ao Minha Casa, Minha Vida mantêm as mesmas regras, com taxas entre 4% e 8,16% para famílias com renda bruta de até R$ 8.000. Este movimento da Caixa acompanha a tendência de bancos privados como Itaú, Santander e Bradesco, que também reajustaram suas taxas para o mercado imobiliário no final do ano passado.
Os financiamentos imobiliários que utilizam recursos do FGTS são disponibilizados com recursos das cadernetas do SBPE. Dados da Abecip mostram que, de janeiro a novembro, os financiamentos via SBPE totalizaram R$ 169,1 bilhões, representando um aumento de 23% em comparação com o mesmo período de 2023.
A elevação da taxa Selic pelo Copom em 2024 aumentou a pressão sobre o cenário de financiamento imobiliário, tornando mais caro o sonho da casa própria. A alta da Selic, utilizada pelo Banco Central para controlar a inflação, impacta diretamente nas taxas de juros das operações bancárias. Além disso, a redução do teto de financiamento pela Caixa e a diminuição de recursos na linha Pró-Cotista em 2025 também dificultam o acesso ao crédito imobiliário.