Especialista da Universidade de Brasília destaca desafios estruturais enfrentados pelas capitais da Amazônia
Fernando Luiz Araújo Sobrinho, professor da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em pesquisas sobre cidades da Amazônia, ressalta a importância de abordar questões como planejamento urbano e regional, com foco em serviços e aspectos econômicos da região. Em relação às quatro capitais que terão eleições para prefeitos, Sobrinho destaca cinco problemas estruturais cruciais a serem enfrentados: regularização fundiária, habitação social, saneamento básico, serviços públicos e combate à violência.
Sobrinho enfatiza que a resolução desses desafios demandará tempo e ações contínuas ao longo de várias gestões municipais, além de parcerias com os governos federal e estaduais. O saneamento básico é apontado como uma questão crucial na Amazônia, com indicadores mais vulneráveis em comparação a outras regiões do país.
A violência também é destacada como um desafio significativo, especialmente devido à proximidade com países produtores de drogas, facilitando o tráfico e a atuação de facções criminosas. A regularização fundiária é outra questão relevante, diretamente ligada à habitação e ao crescimento desordenado das cidades na região.
Pesquisas do Instituto Cidades Sustentáveis ressaltam a preocupação com a violência, especialmente entre os jovens negros, pardos e indígenas, nas capitais em questão. Saúde, educação, geração de empregos e segurança são apontadas como prioridades pelos eleitores. A desigualdade social e os impactos das mudanças climáticas também são apontados como desafios a serem enfrentados.
O estudo destaca as disparidades nos indicadores de qualidade de vida entre diferentes grupos étnicos, evidenciando a necessidade de políticas públicas mais inclusivas e eficazes. As capitais da Amazônia enfrentam desafios únicos que requerem ações integradas e sustentáveis para melhorar a qualidade de vida e o bem-estar de suas populações.