Embaixada da China critica posicionamento dos EUA sobre adesão do Brasil à Nova Rota da Seda
A Embaixada da China no Brasil emitiu uma resposta contundente ao comentário da chefe de Comércio dos Estados Unidos, Katherine Tai, que levantou preocupações sobre a possível adesão do Brasil à Nova Rota da Seda, projeto de investimentos globais da China. Em comunicado, a embaixada chinesa classificou o posicionamento de Tai como irresponsável e desrespeitoso em relação ao Brasil, destacando a soberania do país.
O porta-voz da embaixada, Li Qi, enfatizou que a parceria sino-brasileira é baseada na igualdade e benefícios mútuos, ressaltando que o Brasil merece respeito por sua autonomia e projeção internacional. A China é o maior parceiro comercial do Brasil e o principal destino de suas exportações, contribuindo significativamente para o superávit da balança comercial brasileira.
Tai havia alertado durante um evento em São Paulo sobre a importância de o Brasil avaliar cuidadosamente os aspectos da iniciativa chinesa, destacando a necessidade de proteger a soberania nacional ao tomar decisões. O governo brasileiro está analisando os possíveis impactos de aderir à Nova Rota da Seda, visando garantir a defesa da produção nacional e a transferência de tecnologia.
A Embaixada da China ressaltou que uma maior cooperação entre os dois países poderia atrair investimentos de outras nações para o Brasil, gerando benefícios econômicos. A decisão final sobre a adesão à Nova Rota da Seda será anunciada em novembro, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil para a cúpula do G20. Na ocasião, Xi também participará da inauguração do porto de Chancay, no Peru, um dos principais projetos ligados à iniciativa chinesa na América do Sul.