O tenente-coronel Mauro Cid será convocado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, para prestar esclarecimentos sobre possíveis omissões relacionadas a investidas golpistas de aliados de Jair Bolsonaro. A Polícia Federal apontou que Cid teria descumprido os termos de sua delação premiada e dificultado as investigações, levantando dúvidas sobre a validade do acordo. Apesar disso, as provas e depoimentos de Cid ainda seriam considerados válidos, embora ele possa perder os benefícios do acordo.
A PF utilizou informações do celular de Cid na investigação que levou à prisão de cinco bolsonaristas suspeitos de planejar um golpe de Estado, que incluía a possibilidade de assassinato de Lula, Geraldo Alckmin e do próprio ministro Moraes. Cid negou qualquer ligação com o plano, mas Moraes apontou contradições em seus depoimentos, motivando a convocação para esclarecimentos.
A defesa de Cid argumentou que não há razões para questionar a validade da delação e que o militar não esteve envolvido em um plano golpista contra a posse de Lula. A Procuradoria-Geral da República deve se pronunciar sobre a continuidade da colaboração de Cid, enquanto Moraes decidirá se anula ou não o acordo.
Além disso, outros suspeitos, incluindo o general da reserva Mario Fernandes e outros tenentes-coronéis e um policial federal, foram presos esta semana por estarem envolvidos em um plano para impedir a posse de Lula, com discussões sobre possíveis assassinatos. Cid teria participado de uma reunião onde o plano foi elaborado.
A delação de Cid já tinha sido questionada anteriormente, porém o ministro Moraes optou por mantê-lo em liberdade com medidas cautelares. A situação atual envolve a análise das supostas omissões do militar nas investigações, o que pode afetar a validade de sua colaboração premiada.