Dez anos após o histórico revés da seleção brasileira para a Alemanha por 7 a 1, no Mineirão, as marcas desse vexame ainda repercutem no futebol nacional. O desempenho subsequente da seleção em Copas do Mundo gerou questionamentos sobre as causas das frustrações, levando a reflexões sobre diversos aspectos, como o papel dos técnicos, a qualidade dos jogadores, a gestão nos clubes e a influência do futebol europeu.
Nesse período, o futebol brasileiro passou por mudanças significativas, como a aposta em treinadores mais jovens, a busca por profissionalização nos clubes e a influência de técnicos estrangeiros, em especial os portugueses. A ideia de manter um trabalho consistente, como o de Tite, que permaneceu por seis anos à frente da seleção, foi uma tentativa de seguir o exemplo da Alemanha, que teve Joachim Löw por longo período.
Após o ciclo de Tite, a CBF optou por uma mudança de rumo e encerrou o contrato com o treinador após a Copa de 2022. A busca por soluções estrangeiras, como Carlo Ancelotti, reflete a tentativa de reproduzir o modelo europeu. Contudo, a impaciência e a instabilidade na gestão da entidade têm sido desafios para a evolução do futebol brasileiro.
O “complexo de vira-latas” no futebol brasileiro, um sentimento de inferioridade que se manifesta no esporte, também foi apontado como um obstáculo. A falta de confiança em instituições como a CBF, marcada por escândalos de corrupção, e a migração de talentos para a Europa também contribuem para a dificuldade de reerguer o futebol nacional.
Apesar das tentativas de mudança e profissionalização, muitos clubes brasileiros ainda enfrentam desafios estruturais e de gestão. O distanciamento entre torcida e seleção, a busca por soluções estrangeiras e a pressão por resultados têm sido características do cenário do futebol brasileiro pós-7 a 1, destacando a necessidade de reformas mais profundas e consistentes para recuperar o protagonismo perdido.