A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou que, pela primeira vez em três anos, a bandeira tarifária vermelha patamar 2 será acionada em setembro. Essa decisão foi tomada devido à previsão de baixa afluência nos reservatórios das hidrelétricas do país, que está 50% abaixo da média, resultando em um acréscimo de R$ 7,877 a cada 100 kWh consumidos.
De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o Custo Marginal da Operação (CMO) terá um aumento significativo na primeira semana de setembro, indo de R$ 94,25 por MWh para R$ 277,76 por MWh, um incremento de quase 200%. Esse aumento é atribuído ao baixo volume de chuvas e às altas temperaturas.
A última vez em que a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada foi em agosto de 2021, durante a crise hídrica. O Ministério de Minas e Energia está avaliando medidas para lidar com essa situação, inclusive acionar uma termoelétrica conforme o contrato firmado com a Âmbar Energia.
A mudança na bandeira tarifária é determinada por três fatores: o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), o nível de risco hidrológico (GSF) e a geração fora do mérito de custo (GFOM). No caso de setembro, a bandeira vermelha patamar 2 foi acionada devido ao GSF e ao aumento do PLD.
As bandeiras tarifárias foram instituídas em 2015 para informar aos consumidores sobre os custos da geração de energia no país e minimizar os impactos nos orçamentos das distribuidoras de energia. Anteriormente, os custos da energia em períodos de dificuldade na geração eram repassados apenas no reajuste anual, com acréscimo de juros. Agora, esses custos são repassados mensalmente e transferidos às distribuidoras por meio da “conta Bandeiras”.