O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu aumentar a taxa básica de juros de 10,5% para 10,75% ao ano, sendo a primeira elevação desde o início do atual mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A decisão foi unânime entre os membros do colegiado, que justificaram a medida devido à resiliência da atividade econômica, pressões no mercado de trabalho e expectativas de inflação acima da meta oficial de 3%.
O diretor de Política Monetária do BC, Gabriel Galípolo, votou em conjunto com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, demonstrando alinhamento no Copom. O mercado aguardava uma possível divisão no comitê que poderia indicar uma abordagem mais suave em relação ao controle da inflação. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que não foi pego de surpresa pela decisão e espera a divulgação da ata da reunião para fazer comentários adicionais.
Por outro lado, o Federal Reserve (Fed) dos Estados Unidos optou por reduzir a taxa básica do país em 0,5 ponto, sendo a primeira diminuição desde 2020. O comunicado do Copom mencionou a possibilidade de futuros aumentos nas próximas reuniões, dependendo da evolução da inflação e outros indicadores econômicos.
A projeção é de mais dois aumentos de 0,25 ponto ao longo do ano, seguidos por um terceiro em janeiro, levando a taxa Selic a 11,5%. A decisão do Fed impactou o mercado brasileiro, com o dólar sendo negociado a R$ 5,46 e o Ibovespa registrando uma queda de 0,90%.