O Ministério das Mulheres e do Trabalho e Emprego divulgou que as trabalhadoras mulheres ganham 20,7% a menos que os homens em empresas com 100 ou mais empregados no Brasil, de acordo com o 2° Relatório de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios. Essa diferença aumentou em relação ao primeiro relatório, passando de 19,4% para 20,7%. No total, foram analisadas 50.692 empresas com 100 ou mais funcionários.
O relatório também destacou que a disparidade salarial se acentua para as mulheres negras, que recebem em média metade do salário dos homens não negros. Além disso, as mulheres em cargos de direção e gerência têm uma remuneração 27% menor do que a dos homens, e aquelas em cargos de nível superior ganham 31,2% a menos do que seus colegas masculinos.
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, enfatizou a importância de promover a igualdade salarial de gênero, ressaltando o papel fundamental das mulheres na economia do país. Ela também ressaltou a necessidade de mudar a mentalidade da sociedade em relação aos papéis de homens e mulheres, buscando colocar as mulheres no centro do debate sobre igualdade de oportunidades.
O relatório revelou dados sobre a presença feminina em diferentes setores e cargos nas empresas, e apontou a importância de implementar políticas de incentivo à contratação de mulheres negras e indígenas. A igualdade salarial entre homens e mulheres para o mesmo trabalho é garantida pela Consolidação das Leis do Trabalho desde 1943, e a nova Lei da Igualdade Salarial busca conscientizar as empresas sobre essa questão.
A divulgação do relatório ocorreu no Dia Internacional da Igualdade Salarial, instituído pela ONU, ressaltando a necessidade de avançar na igualdade de gênero no mercado de trabalho. A representante da ONU Mulheres para o Brasil enfatizou a importância de combater a discriminação e a desigualdade salarial como forma de promover o empoderamento das mulheres.