Após discurso de Powell, dólar tem queda abrupta e retorna abaixo de R$ 5,50
Nesta sexta-feira, o dólar despencou mais de 2%, ficando abaixo dos 5,50 reais no Brasil, acompanhando a tendência de desvalorização da moeda norte-americana no cenário internacional. A queda foi motivada pelas declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que defendeu o início dos cortes de juros nos Estados Unidos.
O dólar à vista encerrou o dia com uma baixa de 1,97%, sendo cotado a 5,4795 reais, acumulando uma alta de 0,22% na semana. Já o contrato de dólar futuro também registrou uma queda, chegando a 5,4875 reais na venda.
A participação de Powell no simpósio de Jackson Hole era aguardada com grande expectativa pelos mercados globais. Suas declarações reforçaram as expectativas de que o Federal Reserve iniciará os cortes de juros em setembro. Powell ressaltou que “chegou a hora” de o Fed reduzir sua taxa de juros, devido à crescente fragilidade do mercado de trabalho e à perspectiva de que a inflação atinja a meta de 2%.
As declarações de Powell levaram os investidores a buscar ativos de maior risco, como ações e moedas de países emergentes, resultando em uma queda generalizada do dólar. No Brasil, a moeda norte-americana atingiu seu pico de 5,5843 reais na abertura, mas recuou para 5,4745 reais ao longo do dia.
A expectativa de juros mais baixos nos EUA torna o diferencial de juros mais atrativo para o Brasil, o que favorece os investimentos estrangeiros. Internamente, a questão principal continua sendo se o Banco Central aumentará a taxa básica Selic em setembro, com expectativas de um aumento de 25 pontos-base, com probabilidade de 90%, de acordo com a curva a termo brasileira.
O índice do dólar, que avalia o desempenho da moeda em relação a uma cesta de outras moedas, registrou uma queda de 0,78%. Enquanto isso, o Banco Central brasileiro realizou a venda de todos os 12.000 contratos de swap cambial tradicional em um leilão para a rolagem do vencimento de 1º de outubro de 2024.