A teocracia do Irã enfrentou um dos maiores desafios desde a Revolução Islâmica de 1979, durante as eleições antecipadas após a morte do presidente Ebrahim Raisi. No segundo turno, os candidatos Saeed Jalili e Masoud Pezeshkian competiram, ambos representantes do regime islâmico. O líder supremo, Ali Khamenei, manifestou preocupação com a baixa participação eleitoral, evidenciando o desgaste do regime.
A apatia dos eleitores reflete o descontentamento com as sanções econômicas dos EUA desde 2018, a falta de mudanças prometidas por Joe Biden e a ascensão de líderes conservadores extremistas, como Raisi. O aumento do custo de vida e a repressão a manifestações também contribuíram para esse desgaste.
Jalili, um ultraconservador, e Pezeshkian, um moderado, estavam na disputa, sendo Jalili considerado o favorito. Ambos representam visões opostas, com Jalili sendo visto como o mais radical e perigoso para a comunidade internacional, devido à sua inflexibilidade. Enquanto Pezeshkian, mais moderado, defende negociações com o Ocidente, incluindo os EUA, sobre o programa nuclear iraniano.
Embora haja diferenças entre os candidatos, não se espera uma mudança radical no regime, pois Khamenei busca controlar a sucessão e manter o status quo. O comparecimento nas urnas será crucial para avaliar o risco de instabilidade que o regime enfrenta.