Apenas quatro escolas de ensino médio no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, atendem a 31,6% dos jovens de 15 a 18 anos da região, totalizando 2.267 alunos matriculados, de acordo com dados divulgados durante o 5º Seminário de Educação da Maré. Esse dado faz parte de um relatório da Redes da Maré, apresentado nos dias 27 e 28 de agosto. O complexo, composto por 15 favelas, conta com um total de 49 escolas públicas, sendo 45 municipais e quatro estaduais, atendendo a 19.537 estudantes.
O relatório destaca a complexidade e os desafios da educação pública nas favelas do Rio de Janeiro, considerada crucial para compreender o panorama educacional da cidade e do país. A desigualdade socioespacial é uma característica presente em diversas grandes cidades, evidenciando disparidades sociais entre diferentes áreas e bairros.
As escolas da Maré enfrentam uma série de problemas, como infraestrutura precária, falta de recursos, déficit de professores, turmas superlotadas e ausência de materiais didáticos adequados. A violência na região também impacta negativamente a segurança nas escolas, com confrontos armados em horário escolar prejudicando o acesso à educação.
Diante desse contexto, o Ministério da Educação propôs a criação de um grupo de trabalho para debater os impactos das operações policiais no funcionamento do sistema educacional, bem como formas de reparação em casos de fechamento de escolas e suspensão de aulas. O objetivo é encontrar maneiras de garantir que os alunos não sejam prejudicados por situações de violência na região. De acordo com um boletim da organização Redes da Maré, entre 2016 e 2023, houve 146 dias com aulas suspensas e escolas fechadas no Complexo da Maré devido a operações policiais.
Fonte: Agência Brasil