O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que há indícios de que haverá denúncias em diversos casos de investigados no inquérito sobre a tentativa de golpe de Estado durante o governo de Jair Bolsonaro. Ele destacou que foi identificada de maneira clara uma trama golpista envolvendo aliados próximos do ex-presidente, com a estratégia de usar o ataque às urnas eletrônicas como justificativa para o golpe.
Durante uma entrevista à revista Carta Capital, Gilmar Mendes mencionou o coronel reformado Reginaldo Vieira de Abreu, que foi recentemente indiciado e que o fotografou no aeroporto de Lisboa em novembro de 2022, antes de embarcarem juntos para Brasília. O ministro contextualizou a trama golpista com os movimentos de Bolsonaro e seus aliados desde o início do governo.
Ele também fez referência à abertura do inquérito das fake news, que investigava ataques ao STF e o gabinete do ódio no Palácio do Planalto durante a gestão de Bolsonaro, elogiando a decisão do ex-presidente do STF, Dias Toffoli, de abrir o inquérito. Gilmar mencionou os ataques às urnas eletrônicas e ressaltou que a ofensiva contra o sistema de votação foi um pretexto para justificar a tentativa de golpe, que incluía planos de até mesmo assassinar autoridades.
O ministro destacou que a derrota de Bolsonaro nas eleições motivou aqueles ao redor do ex-presidente que desejavam permanecer no poder, levando a planos que envolviam a execução de autoridades. Ele considerou irônico que Bolsonaro e seus seguidores, que se beneficiaram do sistema eleitoral ao serem eleitos, espalhavam mentiras sobre as urnas. Atualmente, o inquérito do golpe está sob análise da Procuradoria-Geral da República, que está avaliando as evidências coletadas pela Polícia Federal para decidir sobre a denúncia dos envolvidos.