Durante a 26ª Jornada Nacional de Imunizações em Recife, foi revelado que a maioria dos municípios brasileiros, 86% deles, estão enfrentando alto risco de surtos de sarampo. Dos 5.568 municípios do país, 4.587 foram classificados como alto risco, enquanto 225 foram considerados em risco muito alto. Apenas quatro municípios apresentaram baixo risco para a doença, apontando para uma preocupação com a situação epidemiológica do sarampo no Brasil.
A coordenadora de Imunização da Opas, Flávia Cardoso, destacou que o Brasil perdeu sua certificação de país livre do sarampo em 2019 devido à circulação contínua do vírus por mais de um ano. Atualmente, o país está em processo de reverificação desse status. A Comissão Regional de Monitoramento e Reverificação do Sarampo, Rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita nas Américas fez recomendações ao Brasil, incluindo a ampliação da sensibilidade na identificação de casos suspeitos e a padronização de um sistema de resposta rápida.
Apesar dos avanços na cobertura vacinal contra sarampo e rubéola, alguns estados, como Rio de Janeiro, Amapá, Pará e Roraima, são vistos como preocupantes para a manutenção da eliminação dessas doenças. A comissão também sugeriu a vacinação de atletas brasileiros e a busca ativa integrada por casos de sarampo e rubéola. Em junho deste ano, o Brasil completou dois anos sem registros autóctones de sarampo, o que pode abrir caminho para a recuperação de sua certificação como país livre da doença.