O ex-lutador José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, faleceu aos 66 anos e tomou a decisão de doar seu cérebro à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) para pesquisas sobre encefalopatia traumática crônica (ETC), condição da qual era portador. Em 2018, Maguila decidiu realizar essa importante doação com o consentimento de sua família.
A ETC, também conhecida como “demência do pugilista”, é causada por repetidos traumas na cabeça, frequentemente observada em atletas que sofrem golpes repetitivos. A FMUSP mantém um grupo de pesquisa dedicado a estudar os efeitos de lesões cerebrais em atletas de diversas modalidades esportivas. Maguila se une a outros renomados atletas, como Éder Jofre e Bellini, que também contribuíram com a doação de seus cérebros para a universidade. A FMUSP abriga o único banco de cérebros do Brasil e da América Latina, onde os órgãos são preservados para fins científicos.
A ETC é uma condição neurológica resultante de traumas repetitivos que levam à degeneração progressiva das células cerebrais. Atualmente, não há cura específica para a ETC, mas medidas de suporte podem ser aplicadas para auxiliar os pacientes. Maguila, um respeitado boxeador com uma carreira repleta de vitórias e títulos, encerrou sua trajetória esportiva em 2000. Sua decisão de doar seu cérebro para a pesquisa científica será crucial para avanços no entendimento e na prevenção da ETC.