Segundo informações divulgadas pela Reuters, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, mencionou que o mercado de trabalho aquecido indica um possível desaceleração mais gradual da inflação. Diante desse cenário e de fatores externos, o Banco Central adotou uma postura mais cautelosa em relação à política monetária.
Durante um evento realizado pelo Sicredi em Anápolis (GO), Galípolo ressaltou que a desvinculação das projeções de inflação no Brasil tem aumentado a preocupação no Banco Central. Além disso, a expectativa de aumento das taxas de juros nos Estados Unidos tem impactado as perspectivas das taxas de juros em países emergentes e fortalecido o dólar.
O diretor enfatizou que, apesar dos benefícios do crescimento do emprego e dos rendimentos, o Banco Central precisa agir com prudência diante da possibilidade de uma economia aquecida, que poderia dificultar o processo de redução da inflação. Ele também observou que questões internas e a volatilidade cambial têm afetado o desempenho do real.
Quanto à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano em junho, Galípolo explicou que o Banco Central optou por não indicar seus próximos passos, devido ao aumento das incertezas. Ele destacou que, apesar das preocupações com os preços de serviços, a inflação atual no Brasil tem mostrado dados mais favoráveis.
Segundo o boletim Focus do Banco Central, a expectativa de inflação para o final deste ano é de 4,00%, um pouco melhor do que a previsão anterior de 4,02%. Galípolo afirmou que o Copom está dependente de dados para suas futuras decisões.