Domingo, Novembro 24, 2024
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Gigantes do funk mudam de rumo político e se distanciam da esquerda, fortalecendo aliança com Nunes, Marçal e Tabata e isolando Boulos

Donos de gravadoras de funk se afastam da esquerda ao apoiarem candidatos em São Paulo

Os renomados proprietários das gravadoras de funk, Rodrigo Oliveira da GR6 e Henrique Viana, também conhecido como Rato da Love Funk, tornaram público seu apoio aos candidatos Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) nas eleições municipais de São Paulo. Essa atitude gerou críticas por parte de artistas e membros da indústria musical.

MC Hariel expressou tristeza ao ver “esse tipo de pessoa sendo tão bem recebida em nosso movimento”. Já Filipe Ret lamentou o apoio a posições políticas que considera ultrapassadas, enquanto Djonga ressaltou que alguns candidatos apenas fingem gostar de funk durante as eleições.

Embora o movimento do funk seja tradicionalmente associado a pautas da esquerda, enfrenta críticas de políticos conservadores que o ligam ao tráfico de drogas e à sexualização das letras. A realização de pancadões também gera debates políticos, sendo vista como uma opção de lazer para jovens da periferia, mas causando problemas para moradores devido ao barulho tardio.

Especialistas destacam que o funk não é um movimento homogêneo, lembrando o apoio de cantores a Jair Bolsonaro em 2018. Eles também ressaltam que os donos de gravadoras são empresários com objetivos comerciais, e não necessariamente refletem a posição de todo o movimento.

As gravadoras minimizaram as visitas dos candidatos e os posts favoráveis, criticando a falta de interesse de Guilherme Boulos (PSOL). A equipe do candidato afirma que ele tem direcionado sua campanha a setores da cultura na periferia e tem dialogado com artistas locais.

Os donos das gravadoras afirmaram que o apoio aos candidatos não representa um posicionamento institucional, mas sim uma escolha pessoal. Enquanto a GR6 havia apoiado o presidente Lula em 2022, agora expressa apoio a Nunes, citando a proximidade da gestão municipal com a música.

Por sua vez, Henrique Viana da Love Funk afirmou que não se trata de um apoio oficial a Marçal, argumentando que recebe qualquer candidato em seu escritório. Ele criticou a falta de aproximação de Boulos e destacou que o candidato não demonstrou conhecimento sobre o mercado do funk.

Tabata Amaral, candidata do PSB, conta com o apoio do produtor KondZilla, que faz parte de seu conselho estratégico de campanha. A deputada ressalta que o funk não deve ser associado a um único partido, sendo considerado um movimento independente e suprapartidário.

Em meio a essas movimentações, o pesquisador Danylo Cymrot destaca a diversidade de identidades dentro do funk e aponta que o apoio de produtores a determinados candidatos reflete falhas no discurso da esquerda. Ele ressalta a necessidade de repensar a comunicação com a parcela insatisfeita da sociedade, que pode se identificar com discursos da extrema direita.

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