Segunda-feira, Novembro 25, 2024
InícioEconomiaGoverno vai tentar incluir armas no 'imposto do pecado' no Senado, diz...

Governo vai tentar incluir armas no ‘imposto do pecado’ no Senado, diz Haddad

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (12) que o Ministério da Fazenda vai tentar incluir o setor de armas no IS (Imposto Seletivo) -o chamado “imposto do pecado”, que propõe coibir práticas prejudiciais à saúde e ao meio ambiente- durante a tramitação da reforma tributária pelo Senado.

 

“Nossa proposta é que volte o Imposto Seletivo para as armas. E depois o texto volta para a Câmara para que, se Deus quiser, seja sancionado até o fim do ano”, afirmou o ministro, ressaltando que diversos temas ainda estão sendo discutidos, como a inclusão dos alimentos ultraprocessados no IS.

“Tem muitas discussões legítimas e que devem ser analisadas pelos senadores com o tempo necessário. Temos um semestre para fazer essa discussão de forma tranquila”, afirmou Haddad, que participou de uma sabatina na ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), em São Paulo, durante o 19º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, promovido pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo).

Haddad foi entrevistado pelas jornalistas Miriam Leitão (GloboNews e O Globo), Basilia Rodrigues (CNN) e Nathalia Freut (SBT).

Na saída do evento, Haddad afirmou a jornalistas que ele, o presidente Lula, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), se reuniram para alinhar as expectativas na segunda etapa de tramitação do projeto de lei que regulamenta a reforma tributária sobre consumo no Congresso. “Teremos espaço para negociar”, disse.

MINISTRO DIZ QUE CASHBACK PARA CARNE ERA SOLUÇÃO MELHOR

Após comemorar com a primeira-dama, Janja, a inclusão da carne na cesta básica nacional, que zerou o imposto sobre o produto, o ministro da Fazenda afirmou nesta sexta que a decisão dos deputados na votação da reforma tributária foi uma derrota.

O ministro defendia a adoção de um cashback como alternativa para a carne não isenta. Nessa proposta, o dinheiro seria devolvido para os inscritos no Cadastro Único. Da maneira como foi aprovada, a medida vai beneficiar as classes mais altas, que mais consomem carne, além dos grandes restaurantes.

“Toda exceção, de certa maneira, acaba prejudicando a reforma tributária, porque a alíquota padrão vai subindo”, disse Haddad.

“O cashback era uma alternativa boa, ao invés de zerar o imposto da carne”, afirmou. “Mas o ministro da Fazenda ou é derrotado ou ele é parcialmente derrotado. Não existe alternativa de o ministro da Fazenda ganhar”, disse. O PT e o PL se uniram na Câmara para votar pela inclusão da carne na cesta básica nacional.

Haddad lembrou que a carne não é tributada pelo governo federal, com os impostos do PIS e Cofins, mas sim pelos estados, com a cobrança de ICMS.

“O Brasil é um país patrimonialista, em que os grupos de interesse se apossam do Estado brasileiro desde o fim do Império”, afirmou. “A partir do momento em que você não tem mais a possibilidade de guerra fiscal entre os Estados e a União, você vai minando a possibilidade de, no futuro, esses grupos de interesse se apropriarem de parte do orçamento.”

BC MERECE AUTONOMIA FINANCEIRA, DIZ MINISTRO

Questionado sobre a percepção das ruas de que o governo vai bem, mas a economia vai mal -apesar dos indicadores de emprego e renda em alta-, Haddad disse que isso se deve a um problema de comunicação, e que existe muita atividade nas redes sociais em favor da desinformação.

“Eu penso que nós temos que acertar a comunicação e tomar atitudes que comprovem que estamos cumprindo os nossos compromissos históricos”, afirmou. Segundo ele, o Brasil está “desde 2014 ou 2015 produzindo déficit pesado”. “Isso melhorou a vida de alguém?”.

O ministro minimizou as críticas de Lula ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, dizendo apenas que a discussão não deveria ter resvalado para o arcabouço fiscal. Na opinião de Haddad, é válida a autonomia financeira do Banco Central, mas não a independência completa.

“Nós entendemos que transformar o Banco Central em uma empresa, de direito privado, não vai ser bom. Nós entendemos o caminho é outro”, afirmou. Haddad é a favor de discutir a autonomia financeira do BC, o que daria chance para a instituição investir em tecnologia e qualificar seus funcionários, além de melhorar a interlocução com o setor regulado.

“Isso seria excelente. Mas devemos discutir essas ideias um pouco melhor, com mais tempo.”

Fonte Noticas ao Minuto

Relacionada
- Anuncio -

Ultimas noticias