O índice Ibovespa fechou o dia em baixa de mais de 1% nesta quinta-feira, refletindo uma série de fatores negativos. A queda nas bolsas de Nova York, a redução dos futuros do petróleo e do minério de ferro, juntamente com preocupações sobre o cenário fiscal interno, contribuíram para a retração de 1,39%, levando o índice a alcançar 127.652,06 pontos, próximo à mínima do dia. O volume financeiro atingiu 20,59 bilhões de reais, em um dia marcado pelo vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista.
O analista Matheus Nascimento, da Levante Inside Corp, destacou a falta de gatilhos positivos como um dos motivos para a desvalorização do mercado. O governo manteve a projeção de crescimento econômico em 2,5% para 2024, porém reduziu as expectativas para o PIB de 2025, além de prever uma piora nas projeções de inflação para os próximos anos.
O mercado permanece cauteloso em relação à situação fiscal, com preocupações adicionais devido ao cenário desfavorável para moedas emergentes no exterior. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou de uma reunião para discutir possíveis cortes de despesas visando atender à meta fiscal. Nos Estados Unidos, as bolsas encerraram em queda, impactando também o mercado brasileiro.
No cenário corporativo, a Vale teve desvalorização, enquanto a Petrobras apresentou uma leve recuperação. A Embraer teve um desempenho positivo, impulsionada pelas expectativas em torno do Farnborough Airshow. Por outro lado, a Azul registrou uma queda, influenciada pelo aumento das taxas futuras de juros e pela valorização do dólar. Empresas do setor de alimentos como Marfrig, JBS, BRF e Minerva também tiveram perdas, devido à confirmação do primeiro caso de doença de Newcastle em aves no Brasil desde 2006.
No setor financeiro, Bradesco, Itaú Unibanco, Banco do Brasil e BTG Pactual encerraram o dia em baixa. A Sabesp também registrou desvalorização, em meio à precificação de sua oferta de ações e a questões judiciais relacionadas à privatização.