Reforma aprovada na Itália para avaliar comportamento de estudantes gera controvérsias
Após o retorno às aulas na Itália, os estudantes se deparam com um novo sistema de avaliação que coloca ênfase no comportamento escolar. A reforma, aprovada pelo Parlamento no final de setembro, reintroduz a avaliação do comportamento, com possíveis punições mais severas para alunos considerados indisciplinados.
Esta medida, originária do regime fascista de Benito Mussolini nos anos 1920 e reintroduzida em 2008, estava parcialmente abolida desde 2017, mas agora terá um peso maior no ensino médio, podendo até levar à repetição do ano para alunos com nota abaixo de 6 nesse critério.
Liderada pelo ministro da Educação e do Mérito, Giuseppe Valditara, da ultradireita Liga, a reforma visa responsabilizar os jovens e fortalecer a autoridade dos professores. No entanto, enfrenta críticas da União dos Estudantes e da oposição, que a consideram autoritária e um retrocesso. A avaliação do comportamento será feita por um grupo de professores e terá impacto imediato no ano letivo atual.
Especialistas apontam que a avaliação baseada em números, ao invés de conceitos, pode ser problemática, e punir o mau comportamento com notas baixas pode afetar a avaliação final dos alunos. Alguns críticos estão preocupados com o poder excessivo concedido aos professores e o possível impacto negativo na carreira acadêmica dos estudantes.
Essa reforma se insere em um contexto de medidas mais rigorosas adotadas pelo governo italiano nos últimos anos, incluindo penas mais duras para diversas infrações. A discussão sobre a nova legislação ainda está em andamento e continua gerando debates e controvérsias no país.