O julgamento que irá determinar a responsabilidade da mineradora angloaustraliana BHP pelo rompimento da barragem da Samarco em Mariana, Minas Gerais, em 2015, será retomado em 13 de janeiro em um tribunal do Reino Unido. O processo está sendo conduzido na Corte de Tecnologia e Construção de Londres e foi iniciado pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead (PG) em nome de 620 mil pessoas, 46 municípios e 1.500 empresas afetadas pela tragédia.
Durante os primeiros meses do julgamento, foram analisados documentos e depoimentos de testemunhas. Segundo o PG, a Samarco já tinha conhecimento de problemas na barragem desde 2013 e não tomou as medidas adequadas. Além disso, foi revelado que a BHP exercia controle estratégico sobre a Samarco.
Especialistas em direito ambiental brasileiro e geotecnia serão ouvidos em janeiro, com previsão das alegações finais para março. Caso a BHP seja considerada responsável, um novo julgamento será realizado para determinar os valores de indenização, estimados em R$ 230 bilhões pelo escritório PG.
Enquanto as vítimas buscam por justiça, a BHP alega que o caso já foi resolvido no Brasil com um acordo de reparação de R$ 170 bilhões homologado pelo STF. A empresa ressalta a criação da Fundação Renova e seu compromisso contínuo com a reparação e compensação. A tragédia de Mariana resultou em 19 mortes, desabrigados e danos ambientais em 49 municípios.