A juíza Fabiana Alves Rodrigues, da 8ª Vara Criminal Federal de São Paulo, permitiu que a Polícia Federal prossiga com as investigações sobre o prefeito Ricardo Nunes no caso da máfia das creches. A magistrada rejeitou o pedido da defesa de arquivamento do inquérito e autorizou a PF a realizar diligências para esclarecer as operações suspeitas envolvendo o prefeito e investigar possíveis crimes de lavagem de dinheiro.
A defesa de Nunes havia solicitado o arquivamento do inquérito, alegando falta de indícios de condutas ilícitas por parte do prefeito. No entanto, tanto a PF quanto o Ministério Público Federal argumentaram a complexidade da investigação e solicitaram a continuidade das apurações. O MPF pediu a abertura de um novo inquérito policial sigiloso para esclarecer os fatos suspeitos apurados.
Segundo o inquérito, a entidade ACRIA movimentou R$ 162 milhões e recebeu R$ 49,8 milhões da Prefeitura, com indícios de pagamentos irregulares. Nunes negou ser sócio da empresa, mas admitiu coordenar os trabalhos, alegando que os pagamentos recebidos eram referentes a serviços prestados. O prefeito afirmou que apresentará documentos para corroborar sua versão.
Ricardo Nunes reiterou que não há provas contra ele após uma investigação de cinco anos, na qual não foi indiciado, e negou qualquer envolvimento com empresas suspeitas. A investigação permanece em andamento para esclarecer os fatos em questão.