O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou uma reunião para debater a especulação no mercado de câmbio, o que teve impacto na valorização do dólar, que fechou o dia em R$ 5,66 após atingir R$ 5,70. Lula expressou preocupação com a alta da moeda e atribuiu o movimento a interesses especulativos contra o real.
Nos últimos dias, o ex-presidente tem criticado a política monetária e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, o acusando de viés político. Essas críticas têm causado desconforto entre os investidores e contribuído para a valorização do dólar. Surgiram especulações sobre possíveis medidas do governo para conter a alta da moeda após as declarações de Lula, incluindo controle de capitais e críticas à percepção de piora fiscal.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo não planeja adotar ações para conter a valorização do câmbio, mas sim ajustar a comunicação sobre a autonomia do Banco Central e a rigidez fiscal. Ele ressaltou a importância da comunicação adequada com o mercado para tranquilizar os investidores.
A última intervenção do Banco Central no mercado foi em abril, quando vendeu US$ 1 bilhão em “swaps” cambiais. Especialistas apontam que o atual estresse no mercado cambial está relacionado a questões políticas e ao embate entre Lula e Campos Neto, em um momento de incertezas sobre a situação fiscal do país.