O ex-ajudante de ordens do presidente Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, está na sede da Polícia Federal em Brasília para prestar um novo depoimento sobre as tentativas de impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023. Seu acordo de delação premiada foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes em setembro de 2023. Entretanto, a PF está considerando solicitar a anulação desse acordo após descobrir um suposto plano para assassinar o presidente Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
A Polícia Federal deflagrou a Operação Contragolpe para prender o general reformado Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Presidência sob Bolsonaro, e três militares das forças especiais, acusados de planejar os assassinatos. O plano recebeu o nome de “Punhal Verde e Amarelo”.
Mauro Cid está prestando este novo depoimento após a recuperação de informações que foram apagadas de seu aparelho. Ele havia revelado em sua delação premiada reuniões de Bolsonaro com o comando das Forças Armadas para discutir maneiras de impedir a posse de Lula, mas não mencionou o plano de assassinato.
Caso a PF solicite a anulação do acordo de delação premiada, a decisão final ficará a cargo de Alexandre de Moraes. Se o pedido for aceito, Mauro Cid poderá perder os benefícios da delação e enfrentar acusações criminais, além de responder administrativamente no Exército e por falso testemunho.
A defesa de Mauro Cid afirmou que ele está disposto a colaborar com a Justiça e prestar esclarecimentos, se necessário. No ano passado, Mauro Cid criticou sua própria delação em áudios de WhatsApp, o que resultou em sua prisão temporária. No entanto, ele foi posteriormente liberado ao reafirmar as informações da delação ao STF.