As taxas de juros futuras fecharam em alta nesta quarta-feira devido a declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a área fiscal e ao aumento dos rendimentos dos Treasuries no exterior. No encerramento do dia, a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,605% e a do DI para janeiro de 2026 era de 11,245%.
Lula anunciou que não pretende reduzir gastos, optando por um ajuste fiscal baseado em receitas, o que desagradou os economistas do mercado. Ele também afirmou que não vai desvincular pensões e benefícios do salário mínimo durante seu mandato, garantindo que o salário mínimo permanecerá inalterado.
Essas declarações provocaram um aumento nas taxas de juros, com o pico da taxa do DI para janeiro de 2027 atingindo 11,685%. No entanto, as taxas perderam parte do ímpeto após o momento de maior tensão. O cenário de instabilidade foi agravado pelo aumento dos rendimentos dos Treasuries dos EUA.
Além disso, o IPCA-15 subiu 0,39% em junho, elevando a taxa acumulada em 12 meses para 4,06%. A precificação da curva de juros indicava 83% de chances de que a taxa Selic permaneça em 10,50% na próxima reunião do Copom em julho.
No final da sessão, Lula formalizou um decreto que estabelece uma meta contínua de inflação a partir de 2025, com penalidades para o Banco Central em caso de descumprimento do alvo por seis meses seguidos. A meta será baseada em variações acumuladas da inflação em 12 meses, com um intervalo de tolerância. Atualmente, a meta de inflação é de 3%, com intervalo de 1,5 ponto percentual.