Promotores do Gaeco afirmam que o presidente da Câmara de São Paulo teve papel relevante em crimes da Transwolff
Segundo informações do Notícias ao Minuto, promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) afirmam que o presidente da Câmara de São Paulo, Milton Leite (União Brasil), teve um “papel juridicamente relevante na execução dos crimes sob apuração” envolvendo a empresa de ônibus Transwolff.
De acordo com a investigação, os sigilos fiscal e bancário do parlamentar foram quebrados com autorização da Justiça, após o Ministério Público apontar a possível ligação de Leite com os dirigentes da empresa de ônibus da zona sul. O juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner, da 2ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores, concordou com os argumentos da Promotoria, destacando a necessidade de combater ilícitos penais.
Milton Leite, em resposta, afirmou que desconhece a quebra de sigilo pela Justiça e colocou todos os seus dados à disposição da Promotoria, ressaltando que é apenas testemunha no caso e criticando as “ilações de terceiros”. O vereador não foi alvo da operação “Fim da Linha”, que resultou na prisão de diversas pessoas ligadas à Transwolff.
O Ministério Público apontou suspeitas de que empresas de ônibus estariam sendo utilizadas para lavagem de dinheiro do PCC. A defesa de Luiz Carlos Efigênio Pacheco, presidente da Transwolff, nega qualquer ligação dos empresários com o crime, e os advogados de Milton Leite afirmam desconhecer qualquer participação societária do vereador na empresa.
A investigação teve início a partir de suspeitas de irregularidades em um contrato firmado em 2017 entre pessoas ligadas aos dirigentes da Transwolff e a Prefeitura Municipal de Cananéia. Mensagens, emails e documentos obtidos durante a investigação sugerem uma possível conexão entre o vereador e a cúpula da empresa de ônibus.
O Ministério Público continua analisando os dados recebidos e prorrogou o prazo para a conclusão da análise. A Transwolff, que possui uma frota de mais de 1.200 veículos e transporta cerca de 700 mil pessoas por dia, passou por intervenção e está sendo gerenciada pela Prefeitura de São Paulo após a operação.