O ministro interino da Secretaria de Comunicação Social do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Laércio Portela, comparecerá à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados na próxima terça-feira, 25, para prestar esclarecimentos sobre o “gabinete da ousadia”. Esse grupo, revelado pelo Estadão, é formado por membros da pasta de Laércio, do PT nacional e lideranças do partido no Congresso, que colaboram com influenciadores governistas para definir temas a serem explorados nas redes sociais.
Segundo o secretário nacional de comunicação do PT, Jilmar Tatto, as reuniões entre os integrantes da Secom e comunicadores petistas aconteciam diariamente. O requerimento de convocação de Laércio Portela foi aprovado na CCJ em 12 de junho e posteriormente convertido em convite, após articulação do governo.
O deputado Ricardo Salles (PL-SP), autor do requerimento, argumenta que a interação entre a Secom do governo, a Secom de um partido político e a Secom da Câmara dos Deputados pode violar os princípios de neutralidade e imparcialidade do Estado, ferindo a Separação dos Poderes.
A pasta era chefiada pelo ministro Paulo Pimenta e atualmente está sob responsabilidade de Laércio Portela, que ocupa o cargo temporariamente enquanto Pimenta atua na Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul. A audiência com Portela promete ser marcada pela presença da oposição, uma vez que a CCJ está sob o comando de Caroline de Toni (PL-SC), apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Caroline de Toni afirmou que o chamado “gabinete da ousadia” é uma reunião entre a Secom, o PT e blogueiros contratados com dinheiro público para direcionar as narrativas nas redes sociais. Ela criticou a ação, comparando-a ao suposto “gabinete do ódio” do governo anterior, destacando que o PT articula a divulgação de informações nas redes sociais de maneira organizada.