Dez entidades do movimento negro enviam carta ao presidente Lula criticando gestão do Ministério da Igualdade Racial
Um grupo composto por dez entidades do movimento negro enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticando a gestão do Ministério da Igualdade Racial, liderado pela ministra Anielle Franco. As entidades expressaram descontentamento com o “apagamento da participação social” na elaboração das políticas raciais, bem como com a falta de contribuição do movimento negro.
As principais queixas mencionadas na carta incluem atrasos nos debates sobre a ampliação de cotas, na realização da 5ª Conferência Nacional de Igualdade Racial e na atualização do Plano Nacional de Igualdade Racial. Além disso, o grupo destacou a falta de investimentos em comunidades quilombolas e a ausência de uma comunicação antirracista eficaz. Eles solicitaram a criação de uma mesa tripartite entre governo e movimentos sociais para revisar e ajustar as políticas raciais em vigor.
O movimento negro também criticou as “demissões injustificadas” de lideranças, citando o caso de Yuri Silva, ex-secretário do Sinapir, que foi exonerado recentemente. A carta foi enviada não apenas ao presidente, mas também ao vice-presidente Geraldo Alckmin e a outros ministros, como Rui Costa e Alexandre Padilha, com o apoio de mais dez entidades.
Em resposta, o Ministério da Igualdade Racial afirmou que o adiamento da Conferência Nacional teve o intuito de permitir a realização das etapas municipais dentro das regras eleitorais, e que o Plano de Comunicação Antirracista está programado para ser lançado em novembro. Quanto às demissões, o ministério ressaltou que tais decisões são prerrogativas da ministra e que as mudanças foram realizadas por meio do diálogo. A pasta também destacou suas ações em prol das comunidades quilombolas, como a titulação de 65 territórios em menos de dois anos.