A Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmou o primeiro caso de poliomielite na Faixa de Gaza em 25 anos. O caso envolve um bebê de 10 meses que vive na cidade palestina de Deir al-Balah e não havia recebido as doses necessárias da vacina contra a doença, conhecida como paralisia infantil.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, expressou preocupação com a situação e apontou que o vírus está associado a uma variante do poliovírus tipo 2 encontrada em amostras de águas residuais coletadas em junho em Gaza. A criança, que apresentou paralisia na perna esquerda, está em condição estável.
Para conter a propagação do poliovírus, o Ministério da Saúde Palestino, a OMS e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) planejam duas rodadas de vacinação contra a pólio nas próximas semanas.
A OMS e o Unicef solicitaram uma trégua humanitária em Gaza para permitir a realização das campanhas de vacinação. Estima-se que mais de 640 mil crianças com menos de 10 anos serão vacinadas em cada rodada.
Após 25 anos sem casos, o reaparecimento da poliomielite representa uma séria ameaça para as crianças na região, atribuído parcialmente à interrupção da vacinação de rotina devido aos conflitos, o que aumentou o risco de propagação do vírus.
A OMS enfatizou a importância de atingir uma cobertura vacinal de pelo menos 95% para interromper a disseminação da pólio e reduzir o risco de ressurgimento da doença, levando em consideração os desafios decorrentes dos danos ao sistema de saúde e às condições sanitárias na região.