Incêndios em canaviais de São Paulo são atribuídos a facção criminosa e prejuízos chegam a 350 milhões de reais
Segundo informações do secretário estadual de Agricultura, Guilherme Piai, alguns suspeitos de atear fogo em canaviais no estado de São Paulo se declararam ligados à facção criminosa PCC e teriam agido em retaliação ao combate ao crime realizado pelo governo paulista. Os incêndios destruíram milhares de hectares na última semana, causando prejuízos significativos aos produtores. A Polícia Federal está investigando o caso em conjunto com as autoridades estaduais.
O secretário ressaltou que diversos focos de incêndio começaram simultaneamente, indicando que não foram acidentais, conforme constatado por imagens de satélite. Ele também levantou a possibilidade de que o crime organizado esteja retaliando o governo paulista devido ao combate a combustíveis adulterados, uma vez que o Estado tem intensificado esforços nessa área.
Os prejuízos causados pelos incêndios foram estimados em 350 milhões de reais, com mais de 1% das lavouras paulistas afetadas, conforme a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (Orplana). Em resposta, o governo paulista planeja liberar crédito para pequenos produtores impactados e para aqueles que perderam suas moradias devido aos incêndios, sendo 150 municípios afetados.
Durante um evento do setor, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, também classificou os incêndios como criminosos. Até o momento, a Secretaria da Segurança Pública e a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) não se manifestaram sobre o assunto.