Deputados e senador dos EUA pedem cancelamento de visto de ministro do STF Alexandre de Moraes
Um grupo composto por quatro deputados e um senador dos Estados Unidos, todos do partido republicano e ligados ao ex-presidente Donald Trump, solicitaram formalmente o cancelamento do visto de entrada nos EUA do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil, juntamente com os demais membros da corte. Eles alegam que os magistrados, especialmente Moraes, têm utilizado seus cargos para restringir a liberdade de expressão, citando a decisão de bloqueio do ex-Twitter como exemplo.
Os parlamentares signatários do pedido são María Elvira Salazar, Christopher H. Smith, Rich McCormick, Carlos Giménez e o senador Rick Scott, que encaminharam a solicitação ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. Eles argumentam que Alexandre de Moraes tem um histórico de limitações à liberdade de expressão, sobretudo contra indivíduos e grupos conservadores, e solicitam a negação de qualquer pedido de visto ou admissão nos EUA para o ministro e demais membros da Suprema Corte brasileira.
Essa não é a primeira vez que parlamentares dos EUA, aliados de Jair Bolsonaro, entram em conflito com o ministro Alexandre de Moraes. Em abril deste ano, uma comissão do Congresso dos EUA revelou decisões sigilosas do ministro sobre a suspensão de perfis em redes sociais, obtidas por meio de intimação à empresa X, de Elon Musk. A maioria das decisões reproduzidas no documento envolvia a remoção de contas sem uma justificativa detalhada.
O relatório produzido pela comissão parlamentar, intitulado “O ataque contra a liberdade de expressão no exterior e o silêncio da administração Biden: o caso do Brasil”, foi presidido pelo deputado Jim Jordan, conhecido por sua proximidade com Trump. Esse embate reflete a tensão existente entre os governistas e o STF no Brasil.