O conselho de administração da Petrobras aprovou a retomada das obras da fábrica de fertilizantes em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, que estavam paralisadas desde 2015 devido ao escândalo investigado pela Operação Lava Jato. O projeto, com um custo estimado de R$ 3,5 bilhões para conclusão, será incluído no novo plano de negócios da empresa a ser divulgado em novembro.
Apesar da aprovação, dois conselheiros independentes, Marcelo Gasparino e Francisco Petros, se opuseram à decisão de investimento. A retomada das operações em fertilizantes é uma das metas estabelecidas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a presidente da estatal, Magda Chambriard. A Petrobras também aprovou neste ano a reabertura da Ansa (Araucária Nitrogenados SA) no Paraná.
A empresa enfatizou que a decisão foi tomada após uma análise minuciosa do projeto, confirmando sua viabilidade econômica em diferentes cenários previstos. As licitações para as obras estão programadas para serem lançadas em novembro, com a expectativa de gerar oito mil empregos diretos e indiretos, incluindo cerca de 600 empregos na fase de operação.
A fábrica de Três Lagoas terá capacidade para produzir 1,2 milhão de toneladas de amônia e 70 mil toneladas de ureia por ano, com previsão de início das operações em 2028. A Petrobras destacou que a análise para a retomada do projeto teve início em 2023, após o setor de fertilizantes retornar ao planejamento estratégico da empresa.
Além disso, a empresa informou que a refinaria anteriormente conhecida como Comperj, agora chamada de Complexo de Energias Boaventura, exigirá um custo adicional de R$ 13 bilhões para sua conclusão. Esta será a terceira obra paralisada pela Lava Jato com retomada aprovada desde o início do governo de Lula.