O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal (PF) abrisse um inquérito para investigar a origem do vazamento de mensagens que sugerem uma comunicação direta entre auxiliares de seu gabinete e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante investigações envolvendo apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.
O perito Eduardo Tagliaferro, que já foi chefe do setor de combate à desinformação do TSE, foi convocado a prestar depoimento e deve comparecer à superintendência da Polícia Federal em São Paulo nesta quinta-feira. Até o momento, ele não se pronunciou sobre a intimação.
O inquérito foi iniciado na última segunda-feira e está em andamento em sigilo no STF, sem os autos digitalizados, o que é comum em investigações sigilosas. O advogado de Tagliaferro solicitou acesso aos documentos para compreender melhor o contexto no qual o perito está mencionado na portaria de abertura do inquérito.
Há suspeitas de que as conversas vazadas tenham origem no celular do perito, mas ele nega veementemente ter sido responsável pelo vazamento, enfatizando que não colocaria em risco sua vida e segurança dessa forma. Tagliaferro foi preso em flagrante em maio de 2023 por violência doméstica, o que resultou em sua demissão do cargo no TSE e na apreensão de seu celular pela Polícia Civil de São Paulo.
Além disso, outras pessoas, como a ex-mulher e o ex-cunhado de Tagliaferro, foram intimadas a prestar depoimento como testemunhas. As mensagens vazadas pela imprensa indicam que, quando ocupava a presidência do TSE, Alexandre de Moraes teria utilizado o setor de combate à desinformação da corte para elaborar documentos relacionados aos inquéritos das fake news e das milícias digitais, os quais tramitam no STF e não no TSE.