A Polícia Federal decidiu prosseguir com as investigações relacionadas à “máfia das creches” em São Paulo, com foco em possíveis casos de lavagem de dinheiro envolvendo o atual prefeito Ricardo Nunes. Mais de 100 pessoas foram indiciadas até o momento por desvios de verbas destinadas às creches da capital. A suspeita é de que entidades responsáveis pelas creches tenham recebido de volta parte do dinheiro designado para gastos com materiais, favorecendo indivíduos ligados à administração dessas entidades.
Embora o prefeito ainda não tenha sido formalmente indiciado, a PF apontou a necessidade de ampliar as investigações devido às suspeitas de seu envolvimento em lavagem de dinheiro por meio de uma empresa de construção também sob escrutínio. A falta de apresentação de notas fiscais referentes aos serviços que Nunes alega serem a fonte de depósitos em sua conta pessoal também foi destacada pela PF.
O relatório da PF menciona movimentações financeiras consideradas atípicas nas contas do prefeito e de empresas associadas, as quais são vistas como incompatíveis com sua capacidade financeira e sugestivas de possível lavagem de dinheiro. Além disso, a investigação aponta para repasses significativos feitos por uma entidade vinculada a Nunes, a Acria.
Nunes refuta as acusações e argumenta que houve equívocos na análise dos documentos fornecidos por sua defesa. Ele assegura ter prestado todos os esclarecimentos necessários e planeja adotar medidas legais contra acusações de calúnia. O advogado de uma das investigadas mencionadas em um vídeo, Rosângela Crepaldi, afirma que o vídeo foi produzido por motivos de segurança e não teve a intenção de ser divulgado publicamente.
A investigação da PF permanece em curso, e é possível que novos desdobramentos surjam no desenrolar do caso.