Desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão são alvo de investigação por suposta venda de sentenças desde 1987
A Polícia Federal está investigando desembargadores do Tribunal de Justiça do Maranhão por suspeita de venda de sentenças, em um caso que remonta a 1987, com um processo que envolveu o valor de 8,1 bilhões de cruzeiros da época, durante o governo Sarney.
Segundo a PF, a atuação de um grupo específico durante o processo resultou na liberação de forma rápida de R$14 milhões, levantando suspeitas de que o dinheiro poderia ter sido distribuído entre os desembargadores e juízes envolvidos no caso, por meio de quase 200 depósitos fracionados em espécie.
Os investigados incluem quatro desembargadores – Luiz Gonzaga Almeida Filho, Marcelino Everton Chaves, Nelma Celeste Sousa Silva Sarney Costa e Antônio Pacheco Guerreiro Júnior – e dois juízes, Cristiano Simas de Sousa e Alice de Sousa Rocha.
A investigação da PF aponta para a existência de uma organização criminosa que manipulava processos no Tribunal visando obter vantagens financeiras. Foram identificados diversos atos suspeitos de lavagem de dinheiro, como depósitos fracionados, saques em espécie e emissão de cheques em nome de terceiros.
Os investigadores também suspeitam que os R$14 milhões tenham sido divididos através das contas de um filho e da cunhada de um advogado envolvido no caso, além da participação de funcionários bancários no esquema, que teriam movimentado R$12 milhões em espécie no mesmo dia em que o alvará foi levantado.
O caso, que já se estende por mais de três décadas, envolve um empréstimo equivalente a US$150 mil. A Operação 18 Minutos foi deflagrada recentemente, após decisão do ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça.
Até o momento, o Tribunal de Justiça do Maranhão e o Banco do Nordeste, que está envolvido no processo, ainda não se manifestaram sobre o caso.