Os preços das carnes para o consumidor brasileiro aumentaram 0,52% em agosto, de acordo com dados do IPCA divulgados pelo IBGE. Após seis meses de queda consecutiva, essa foi a primeira variação positiva desde janeiro deste ano. A alta era prevista devido à diminuição na oferta no início do segundo semestre, impactada pela crise climática que afetou as pastagens em diversas regiões do país.
A escassez de animais criados a pasto e a seca estão exercendo pressão sobre os preços, conforme apontam especialistas. O mercado de boi gordo no Brasil tem registrado aumento nas cotações desde julho, e a expectativa é de que a oferta continue restrita, o que pode resultar em preços mais elevados para o consumidor.
Apesar do aumento em agosto, se considerados períodos mais longos, os preços das carnes ainda apresentam queda no acumulado do ano e em 12 meses. Analistas atribuem essa redução ao ciclo da pecuária, que vem passando por um aumento no abate de bovinos, impactando positivamente a oferta.
As previsões indicam que a disponibilidade de animais deve se tornar mais limitada em 2025, o que pode acarretar em um aumento nos preços. Esse cenário pode ser agravado em 2026, ano de eleições presidenciais no Brasil. É importante ressaltar que a dinâmica dos preços das carnes não está ligada a questões políticas, mas sim ao ciclo da pecuária e à oferta de mercadorias.
O impacto inflacionário de uma possível reversão no ciclo em 2025 ainda é incerto e dependerá da capacidade de absorção pelos consumidores. Embora o mercado de trabalho no Brasil tenha apresentado melhorias em 2024, com ganhos de renda, é esperado que as condições monetárias se tornem mais apertadas ao longo de 2025.