Segundo informações da FOLHAPRESS, quatro deputados federais decidiram deixar o Partido Liberal (PL) em 2024, alegando pressões internas para aderir à agenda bolsonarista, que inclui a oposição a propostas de partidos de esquerda. A filiação de Jair Bolsonaro e seus aliados em novembro de 2021 teria influenciado a mudança do partido para uma direita mais radical, de acordo com integrantes e ex-integrantes da legenda.
Críticos apontam que a maioria dos parlamentares do PL adotou uma postura de direita conservadora, enquanto aproximadamente 20 deles mantiveram uma posição mais centralizada. Em 2022, o partido conquistou 99 cadeiras na Câmara dos Deputados, mas atualmente possui 94, devido a cinco saídas e ao falecimento de uma parlamentar.
Dentre os deputados que deixaram o partido, está Samuel Viana, que mencionou pressões da ala mais radical do PL como motivo para sua saída, após longas discussões internas. Ele afirmou que o partido tem adotado cada vez mais uma postura extremista, com parlamentares exigindo total alinhamento ao bolsonarismo.
Além de Viana, Yuri do Paredão, Luciano Vieira e Junior Mano também deixaram o PL, sendo que este último foi expulso por apoiar um candidato do PT em Fortaleza. Apesar disso, o partido nega que as saídas estejam relacionadas ao alinhamento com o bolsonarismo, atribuindo-as a motivos regionais ou pessoais.
O PL, fundado no início do século e liderado por Valdemar Costa Neto, já teve proximidade com os governos do PT, especialmente na área de transportes. Após a filiação de Bolsonaro em 2021, o partido ganhou maior visibilidade e se tornou uma das principais siglas no Congresso Nacional.