Madri reforça seu papel como refúgio para opositores do regime venezuelano
A chegada de Edmundo González Urrutia a Madri, um adversário de Nicolás Maduro nas últimas eleições, fortaleceu a posição da Espanha como um refúgio para opositores do regime venezuelano. González, que ainda não fez nenhuma declaração pública na Espanha, divulgou uma carta nesta segunda-feira (9) explicando sua decisão e agradecendo ao governo espanhol e à Embaixada da Holanda em Caracas, onde permaneceu por alguns dias após as eleições.
Em sua carta, González afirmou: “Tomei essa decisão pensando na Venezuela e no futuro do nosso país, que não pode e não deve ser marcado por conflitos e sofrimento. Fiz isso pensando na minha família e em todas as famílias venezuelanas que enfrentam momentos de grande tensão e angústia. Fiz isso para possibilitar mudanças e construir um novo caminho para a Venezuela”.
O ex-diplomata desembarcou na base militar de Torrejón de Ardoz junto com sua esposa, Mercedes González, e foi recebido pela filha, Carolina González, que já reside em Madri desde 2014 e tem participado ativamente em eventos pró-democracia organizados pela comunidade venezuelana na Espanha desde que seu pai se tornou candidato nas eleições presidenciais.
González se une a outros opositores do regime venezuelano que já estão em Madri, como Leopoldo López, Leopoldo López Gil, Antonio Ledezma e Julio Borges. A Espanha tem se destacado como um refúgio para venezuelanos, com mais de um quarto dos 400 mil cidadãos venezuelanos residentes no país tendo estatuto de proteção internacional.
Desde 2019, a Espanha aprovou uma legislação que facilita a concessão de autorização de residência por motivos humanitários para os venezuelanos que não se enquadram nos critérios para asilo. O chanceler espanhol, José Manuel Albares, já adiantou que o pedido de asilo de Edmundo González será aceito.