As taxas dos DIs que haviam subido pela manhã tiveram uma reviravolta à tarde e passaram a cair, entrando em território negativo e encerrando uma sequência de cinco sessões seguidas de alta. Esse movimento foi motivado pela queda dos rendimentos dos Treasuries no exterior, após a divulgação de dados do mercado de trabalho e declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve. Rumores sobre uma possível intervenção do Banco Central no mercado de câmbio também circularam no mercado financeiro.
Ao final do dia, as taxas dos DIs para janeiro de 2025, 2026 e 2027 estavam em 10,775%, 11,685% e 11,995%, respectivamente. Contratos mais longos, como para janeiro de 2031 e 2033, também apresentaram queda nas taxas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a valorização do dólar em relação ao real, prometendo a adoção de medidas sem fornecer detalhes. Ele criticou o Banco Central, argumentando que a instituição não deveria favorecer os interesses do sistema financeiro e do mercado. Essas declarações foram apontadas como um dos motivos da pressão sobre as taxas de juros.
Por sua vez, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, defendeu a autonomia da instituição e enfatizou que o trabalho do BC é técnico. Ele destacou a decisão unânime do Copom de manter a taxa Selic em 10,50% ao ano. Campos Neto também mencionou a incerteza em relação à próxima liderança do BC, uma vez que ele deixará o cargo no final de dezembro.
Em meio ao cenário de volatilidade do mercado, surgiram rumores de que o BC estaria consultando as tesourarias dos bancos para avaliar uma possível intervenção no câmbio. Essas consultas têm o objetivo de avaliar a demanda por dólares e contratos de swap, sendo realizadas em momentos de maior instabilidade. O Banco Central reforçou que só intervirá no câmbio se identificar disfunções.
Ao final do dia, as taxas futuras dos DIs acompanharam a queda nos rendimentos dos Treasuries, refletindo também as expectativas em relação às possíveis ações do Banco Central.